Genoma do feijoeiro

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Pesquisadora promoveu avaliação de feijoeiros resistentes e suscetíveis expostos ao nematoide das galhas em câmara de crescimento (Crédito: Líllian Beatriz Januario Bibiano)
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Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), identificou uma região do genoma do feijoeiro, localizada no cromossomo 1, capaz de reduzir a multiplicação dos nematoides visando acelerar a seleção de plantas resistentes ao nematoide das galhas.

“O objetivo do trabalho foi encontrar regiões no DNA (genoma) do feijoeiro responsáveis por proteger a planta durante um ataque de nematoides das galhas e entender quais genes estão contidos nessas regiões”, explica a engenheira agrônoma Bruna Marques Moreno, que defendeu o doutorado sob orientação da professora Maria Lucia Carneiro Vieira, Departamento de Genética da Esalq.

Tese Destaque - Bruna Marques Moreno

O trabalho faz parte de um projeto maior que envolve uma equipe multidisciplinar, contando com professores dos departamentos de Genética e de Fitopatologia e Acarologia, além de pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC).

“Inicialmente, foram avaliados diversos acessos de feijoeiro do banco de germoplasma do IAC para verificar como esses feijoeiros se comportavam frente à infecção por nematoides das galhas. Com isso, foram identificadas quatro cultivares contrastantes para a infecção por nematoides: duas resistentes e duas suscetíveis”, explica a autora da tese.

Metodologia – As quatro cultivares foram cruzadas entre si, sendo duas de feijão carioca e duas de feijão preto. Esses cruzamentos foram realizados no IAC, em Campinas. Na sequência,, as novas sementes foram plantadas e infectadas com o nematoide das galhas para observar quais descendentes eram resistentes e quais eram suscetíveis. Em seguida, o DNA foi extraído de cada descendente e dos pais e sequenciado, permitindo o acesso ao genoma de cada indivíduo. “Assim, foi possível relacionar os dados do genoma com a resposta à exposição ao nematoide, identificando uma porção do DNA que contém genes que controlam o nível de resistência da planta ao nematoide das galhas”, detalha Bruna Moreno.

Segundo a autora, a aplicação desse conhecimento pode gerar benefícios para a sociedade, uma vez que o Instituto Agronômico (IAC) é um dos principais fornecedores de sementes para o cultivo de feijão no Brasil. O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) por meio do Programa de Excelência Acadêmica (PROEX).

A divulgação dessa pesquisa integra o projeto Tese Destaque, parceria da Comissão de Pós-graduação (CPg) e da Divisão de Comunicação (DvComun) da Esalq. Acesse a playlist Tese Destaque clicando aqui.

Texto: Caio Albuquerque (6/5/2025)